domingo, 14 de dezembro de 2014

Evolucionismo e Fixismo
 
A perspetiva evolutiva que foi sendo descrita desde os seres procariontes até aos organismos multicelulares mantém-se como ideia central na explicação da diversidade de vida e marca a forma como os biólogos  observam e explicam o mundo atual.
mas nem sempre esta divisão prevaleceu como ideia dominante na comunidade cientifica. Na verdade, quando observamos as várias gerações de indivíduos e dado que  o tempo médio da vida humana é insignificante quando comparado com o tempo geológico, parece-nos evidente que as várias gerações de cães sempre originaram cães e que do acasalamento entre lobos sempre surgiram lobos.
Durante séculos, admitiu-se que as espécies surgiram tal como hoje as conhecemos e se mantiveram imutáveis ao longo do tempo. Esta visão das espécies, conhecida por fixismo, prevaleceu e, em alguns casos, ainda prevalece fortemente apoiada por princípios religiosos.
Apesar da força das ideias fixistas, no século XIX vai transitar-se, num ambiente de grande controvérsia, para uma visão evolucionista, isto é, vai admitir-se que as espécies se alteram de forma lenta e progressiva ao longo do tempo, originado outras espécies.
A ideia de que as espécies teriam evoluído a partir de outras espécies preexistentes começou a surgir no contexto cientifico. Um dados contributos mais importantes para as ideias evolucionistas veio da geologia.
 
Mecanismos da evolução


 Lamarckismo
Lamarck, um intelectual pouco valorizado no seu tempo, foi professor no museu de História Natural, em Paris, e não só defendeu ideias evolucionistas como apresentou uma explicação coerente acerca da origem das espécies. As ideias de Lamarck, para explicar a existência da evolução, podem resumir-se em dois princípios fundamentais:
-lei do uso e do desuso
-lei da herança dos caracteres adquiridos.
 
Os seres vivos apresentam modificações que dependem do ambiente em que esses seres se desenvolvem. O ambiente condiciona a evolução, levando ao aparecimento de características que permitem aos indivíduos adaptar-se ás condições em que vivem.
 
A adaptação, segundo Lamarck, representa, pois, a faculdade que os seres vivos possuiriam de desenvolver características estruturais ou funcionais que lhes permitissem sobreviver e reproduzir-se num determinado ambiente. As modificações que levam á adaptação são explicadas pela lei do uso e do desuso. De acordo com esta lei, a necessidade de um órgão em determinado ambiente cria esse órgão e a função modifica-o, isto é, a função faz o órgão. Se um órgão é muito utilizado, desenvolve-se, tornando-se mais forte, vigoroso ou de maior tamanho.  Se, pelo contrário, esse órgão não se usa, degenera e atrofia.
Segundo a lei da herança dos caracteres adquiridos, as modificações que se produzem nos indivíduos ao longo da sua vida, como consequência do uso ou do desuso dos órgãos, são hereditárias, originando mudanças morfológicas no conjunto da população.
De acordo com a herança dos caracteres adquiridos, os organismos, pela necessidade de se adaptarem ao ambiente, adquirem modificações durante a sua vida que passam aos descendentes. A adaptação é progressiva e um organismo pode desenvolver qualquer adaptação, desde que seja necessária, caminhando assim as espécies para a perfeição em interação com os fatores ambientais.
O modelo explicativo de Lamarck foi muito contestado, porque fornece um explicação sobre a evolução que tem um caracter animista, isto é, existe uma intenção e uma finalidade na evolução, de tal forma que as alterações surgem como resultado de as espécies procurarem o "melhor". Por outro lado, a herança dos caracteres adquiridos não se verifica. Hoje admitimos, por exemplo, que nos organismos com reprodução sexuada apenas as alterações do DNA transportadas nos gâmetas são transmitidas aos descendentes.
A fragilidade dos argumentos utilizados por Lamarck e a força do fixismo mantiveram as ideias evolucionistas afastadas durante vários anos.
 

Cabo Verde: Vulcão da ilha do Fogo entra em erupção


Fogo  é uma das 10 ilhas que constituem o arquipélago de Cabo Verde, foi uma das primeiras Ilhas a ser povoada. São Filipe é a terceira cidade mais antiga do arquipélago. A ilha é vulcânica e é a mais saliente do grupo, devido à altitude do vulcão Pico do Fogo. O vulcão tem estado historicamente ativo e sua última erupção teve início em 23 de novembro de 2014 . A sua característica mais espetacular é uma cratera com 9 km de largura, com uma bordeira de 1 km de altura. A cratera tem uma fenda em sua parede oriental, e um grande pico eleva-se em seu centro. O cone central Pico constitui o ponto mais elevado da ilha (2829 m) e seu cume é cerca de 100 m mais alto do que a bordeira da cratera que o circunda. Lava do vulcão tem alcançado a costa oriental da ilha em tempos históricos.
O vulcão da ilha cabo-verdiana do Fogo entrou em erupção no dia 23 de novembro e obrigou a um plano de evacuação em vários pontos da ilha, não havendo notícia de vítimas ou danos.
O primeiro-ministro, entrevistado pela Rádio de Cabo Verde (RCV), admitiu que esta é a maior erupção na ilha nos últimos 50 anos e sublinhou que as autoridades estão atentas e a seguir a situação «minuto a minuto».
Também a ministra da Administração Interna, em declarações à RCV, confirmou que a evolução da intensidade «tem sido muito rápida», mas apelou à calma, assegurando que já está em curso o plano de emergência com todas as instituições ligadas ao Serviço Nacional de Proteção Civil (SNPC).
sismos que os antecederam iniciaram-se cerca das 20:00 de sábado.
Em curso está também o processo da retirada dos cerca de mil habitantes de Chã das Caldeiras, que se situa no sopé das principais crateras do vulcão, acrescentou Marisa Morais, admitindo que há pessoas daquela localidade que começaram por se recusar a abandonar as suas casas e pertences, mas que, aos poucos, estão a seguir as ordens da polícia para o fazer.




 

sábado, 13 de dezembro de 2014

Ana Domingos é licenciada em matemática e está desde 2013 no laboratório de Obesidade do Instituto Gulbenkian de Ciência. A investigadora torna-se agora uma das cientistas europeias a ser reconhecida com o Prémio de Instalação, atribuído pela Organização Europeia de Biologia Molecular  em conjunto com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), com um valor de 50 mil euros anuais por um período máximo de cinco anos.

No âmbito desta bolsa, a cientista propõem-se a fazer avanços na área do combate à epidemia da obesidade ao compreender melhor o processo que está associado à sensação de recompensa quando consumimos açúcar.

Ana Domingos, investigadora do IGC
Ana Domingos, investigadora do IGC
© Roberto Keller, IGC
Ana Domingos explica, citado em comunicado conjunto do IGC e do IMM, que a razão «porque gostamos de açúcar e porque gostamos ainda mais de açúcar quando estamos a fazer uma dieta, são duas questões importantes que estão relacionadas».

Para encontrar respostas para estas questões, o grupo de investigação de Ana Domingos já fez alguns avanços consideráveis, nomeadamente, que a região do cérebro que ajuda a controlar o apetite – o hipotálamo lateral – também está associada com o sistema de recompensa do consumo de açúcar.

Agora, os investigadores pretendem estudar a atividade dos neurónios MCH que se encontram nesta região do cérebro para determinarem quais os circuitos neuronais envolvidos no processo.

A cientista explica que «na perspetiva biológica do organismo faz todo o sentido encontrarmos os alimentos que nos satisfaçam em vez de olharmos para o seu valor calórico», pelo que «numa situação de restrição alimentar, se gostamos ainda mais de açúcar, então existe uma maior probabilidade de o consumirmos, o que pode comprometer a dieta e, em última análise, ter grandes implicações na epidemia da obesidade».

O outro cientista português premiado pela EMBO é Nuno Morais. Licenciado em Engenharia Física e Tecnológica, o cientista está no Instituto de Medicina Molecular, da Faculdade de Medicina, da Universidade de Lisboa, como investigador independente desde 2013.

Nuno Morais, investigador do IMM
Nuno Morais, investigador do IMM
© IMM
No projeto agora distinguido, o investigador propõe avançar no conhecimento sobre o processo de formação de metástases no cancro. Para isso, Nuno Morais vai estudar o processo através do qual um gene pode originar várias mensagens e desta forma proteínas distintas (splicing alternativo) e de que forma este processo pode estar associado à formação de metástases.

O cientista vai utilizar tecnologias de sequenciação de ADN que permitem ler essas mensagens genéticas para todos os genes. «Propomos usar abordagens de biologia computacional para, analisando essa informação, perceber como é que a expressão dos genes está desregulada em cancro e identificar novos marcadores moleculares que permitam, por exemplo, prever qual o potencial de um tumor gerar metástases e o órgão em que é mais provável que elas apareçam».

Caso venha a obter resultados positivos, o cientista poderá desta forma contribuir para o desenvolvimento de métodos de diagnóstico do cancro mais precisos, assim como, de terapias moleculares personalizadas.

A EMBO atribui em 2014 oito Prémios de Instalação em quatro países europeus, nomeadamente, dois prémios em Portugal, um na Polónia, três na República Checa e dois na Turquia.

Os prémios não só visam ajudar os cientistas a estabelecerem os seus próprios grupos de investigação como lhes permite entrar na rede de Jovens Investigadores EMBO para facilitar a sua integração na comunidade científica europeia.

História

A Legionella pneumophila é uma bactéria que ficou conhecida devido a um trágico acidente numa convenção da American Legion em 1976, no Bellevue Stratford Hotel , Filadélfia, onde repentinamente 34 participantes faleceram e 221 contraíram uma pneumonia grave. A busca do motivo dessas mortes levou ao conhecimento mais apurado da bactéria, apesar já ser, na época, uma bactéria conhecida.

Biologia

A Legionella pneumophila é uma bactéria ubiquitária e saprófita da água, não fermentadora da lactose, sendo nutricionalmente exigente. É oxidase positiva, catalase positiva e hidrolisa o hipurato. Patógeno intracelular facultativo, apresenta um sistema de secreção tipo IV, chamado dot/icm responsável por sua capacidade de invadir a célula hospedeira.

Infecção

A infecção pela bactéria ocorre principalmente na inalação de vapor, gotículas de água ou neblina contaminada com a Legionella, oriundas principalmente de chuveiros domésticos, torres de resfriamento, condensadores evaporativos e bandejas de gotejamento de condensado, sobretudo quando existem algum depósito de água como nos aquecedores por acumulação. Por esse motivo a NBR 10674 indica que a água aquecida deve estar entre 40°C e 70°C de modo a não permitir a reprodução da bactéria.

Patogénese

A Legionella pneumophila multiplica-se no interior das dust cells, lesionando as células infectadas por acção de: fosfatases, lipases e nucleases, provocando o recrutamento de novos fagócitos. Há produção de anticorpos e activação subsequente dos macrófagos, que eliminam a bactéria.

Patologia

• Quando os nutrientes começam a escassear, a produção de citotoxinas pelas bactérias em stress, levam a ruptura dos macrófagos e o ciclo recomeça. • A secreção de proteases (são enzimas que quebram ligações peptídicas entre os aminoácidos das proteínas) pela L. Pneumophila contribui para o dano dos tecidos. • A propagação da doença leva o recrutamento de fagócitos oriundos do sangue, mas L. pneumophila é relativamente resistente aos neutrófilos e multiplica-se dentro dos monócitos.

Factores de risco

  • Tabagismo
  • Doença pulmonar obstrutiva crônica
  • Idade
  • Transplantes
  • Imunossupressão

Doenças causadas

A L pneumophila pode originar infeções assintomáticas ou sintomáticas. As infeções sintomáticas podem ser:
  • Febre de Pontiac - forma menos severa, origina uma dor aguda de tipo gripal, sem sinal radiológico de pneumonia e autolimitada.
  • Doença do legionário - forma mais grave, com sinal radiológico de pneumonia, podendo evoluir para pneumonia grave.

Diagnóstico

Os métodos mais eficientes para o diagnóstico da Legionella pneumophila passam pela Imunofluorescência direta, método menos sensível, ou pela Imunofluorescência indireta, com maior sensibilidade. Métodos menos eficientes incluem:
  • coloração pelo Gram,
  • deteção de antigénios solúveis na urina
  • uso de PCR.
  • cromatografia gasosa.

Prevenção

A prevenção da contaminação das águas faz-se pela adição de cloro contínua a longo prazo, ou pela elevação da temperatura da água para temperaturas entre os 60 e os 70 graus Celsius.

Tratamento

O tratamento farmacológico só se aplica à Doença do legionário, já que a Febre de Pontiac ao fim de 1 a 5 dias cura espontaneamente. Como antimicrobiano de primeira linha, deve-se usar eritromicina. Como antimicrobiano de segunda linha, pode-se utilizar a rifampicina, mas nunca em monoterapia. A Legionella pneumophila produz beta-lactamases, sendo resistente aos beta-lactâmicos (nomeadamente a penicilina).



Legionella pneumophila, MOC


Noticias sobre a doença em Portugal:
 http://sicnoticias.sapo.pt/especiais/legionella/2014-11-21-Adubos-de-Portugal-e-a-origem-do-surto-de-legionella

http://www.sol.pt/noticia/118900


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Reprodução nos seres vivos


  • É um processo no qual seres vivos originam outros seres vivos idênticos a si próprios;
  • Permite a continuidade da espécia á qual pertence o ser vivo;
  • Implica a divisão celular antecedida pela replicação do material genético; 

Tipos de reprodução 

Assexuda

  • Envolve apenas um progenitor;
  • Não envolve a união de gâmetas (fecundação);
  • Os descendentes são clones;
  • Processo rápido.

Sexuada

  • Envolve dois progenitores;
  • Envolve a produção e a união de gâmetas (fecundação);
  • Os descentes são gnéticamente diferentes;
  • Processo mais lento.

Reprodução assexuada (só ocorre a mitose como processo de separação)

Estratégias

  • Bipartição, cissipidade ou fissão binária;
  • Gemulção ou gemiparidade;
  • Esporulação;
  • Fragmentação;
  • Multiplicação vegetativa;
  • Partenogénese;
  • Divisão múltipla ou esquizogonia.

Quais as vantagens e as desvantagens da reprodução assexuada?

Vantagens

  • Processo rápido;
  • Necessita apenas de um progenitor;
  • Origina clones e, por isso, mantém os caracteres nos individuos de uma espécie ao longo do tempo.

Desvantagens

  • A diversidade dos descendentes é quase nula;
  • Dificil adaptação a mudanças do meio, podendo conduzir à extinção;
  • Não favorece a evolução das espécies.

Algumas técnicas artificias de multiplicação vegetativa utilizadas pelo Homem 

  • Estacas;
  • Enxertia;
  • Alporquia;
  • Mergulhia.
Imagem retirada: http://slideplayer.com.br/slide/13404/

Técnicas biotecnológicas (aumento de qualidade e quantidade da produção, sob o controlo humano)

Clonagem nas plantas Micropropagação vegetativa 

Imagem retirada: https://www.flickr.com/photos/42698311@N04/4022899752/

Clonagem nos animais por transferência de núcleos (ex. ovelha Dolly)
Imagem retirada:http://viveromundohoje.blogspot.pt/2009/11/clonagem-de-animais-por-transferencia.html

Reprodução sexuada 

Envolve a produção e a união de gâmetas masculinos e femininos.

Em que orgãos são reproduzidos os gâmetas?

Nas gómadas- Animais (Testiculos e ovários)
Nos gametângeos- Plantas (anterídios-anterozóides, arquegónios-oosfera)

Na reprodução sexuada ocorrem dois processos complementares fecundação (2n) e a meiose (n). Enquanto que na fecundação se efetua uma duplicação cromossómica na meiose ocorre uma redução de cromossomas para metade.
A fecundação é quando ocorre a junção dos dois gâmetas, formando o zigoto uma célula diploide.
A meiose consta de duas divisões nucleares sucessivas, através das quais a partir de uma célula diploide, são originados quatro núcleos haploides, sendo a primeira divisão reducional.


 Imagem retirada: http://pt.wikipedia.org/wiki/Meiose




Quais as vantagens e as desvantagens da reprodução sexuada?

Vantagens

  • Descendentes com grande varabilidade gnética;
  • Maior capacidade de mudança fase as mudanças ambientais;
  • Favorece a evolução das espécies.

Desvantagens

  • Processo lento;
  • Grande uso de energia durante os processos de formação de gâmetas e fecundação.
Para saber mais:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Meiose
http://dicasdeciencias.com/2010/02/17/reproducao-assexuada-x-sexuada/
                                                  Prémio IPATIMUP



A investigadora do Ipatimup Carla Oliveira ganhou, com um projecto conjunto com David Hunstsman, do British Columbia Cancer Agency, no Canadá, um prémio de 50 mil dólares, atribuído pela associação de doentes «No Stomach for Cancer».
«Trata-se de um projecto unificador porque contactámos grande parte dos investigadores de todo o mundo desta área e convidámo-los a participar com famílias sem causa hereditária conhecida. Mais de 20 grupos de investigação colaboraram e obtivemos cerca de 500 famílias de todo o mundo», explica Carla Oliveira, líder do grupo de investigação Regulação da Expressão em Cancro, que procura identificar alterações genéticas do cancro de estômago familiar.

O objectivo da associação, que pela primeira vez atribuiu um prémio deste valor, era financiar um projecto de investigação com potencial para melhorar a vida das pessoas afectadas pelo cancro do estômago. Os avaliadores escolheram o projecto apresentado por Carla Oliveira e David Hunstsman, em parceria com o International Gastric Cancer Linkage Consortium (IGCLC), designado «Defining the Contribution of Mutations in CDHI Non-Coding Regions and Other Known Susceptibility Genes to Hereditary Gastric Cancer».
Para a investigadora Carla Oliveira este prémio significa um reconhecimento internacional dos pares, porque todos os avaliadores trabalham nesta área». Já a vice-presidente do Ipatimup para a área da Ciência, Raquel Seruca, diz sentir-se «muito orgulhosa por uma das investigadoras do Instituto ter conseguido conquistar este prémio. Não tanto pela parte financeira, mas pelo prestígio e pela internacionalização do seu trabalho».
A associação de doentes «No Stomach for Cancer» dedica-se a apoiar investigação científica inovadora que promova a compreensão do cancro gástrico e melhore a detecção, o tratamento e a qualidade de vida de pacientes com cancro do estômago.



                                                   Ébola


Ébola é o nome comum dado à doença rara mas mortal (letalidade de 25% a 90%) causada pela infeção por vírus Ébola. O vírus é da família dos Filoviridae e é uma das causas de febres hemorrágicas virais. Tem 5 estirpes, conhecidas pelo local onde o vírus foi descoberto pela primeira vez (Zaire ebolavirus, Sudan ebolavirus, Tai Forest ebolavirus, Bundibugyo ebolavirus e Reston ebolavirus.




O vírus Ébola encontra-se em alguns países africanos em reservatórios naturais, e foi descoberto pela primeira vez em 1976 no antigo Zaire (atual República Democrática do Congo) perto do rio Ébola ao qual se deve o seu nome.

Desde então, foram detetados alguns surtos na África Subsariana. A epidemia de 2014 na África Ocidental é a maior já registada deste vírus tendo causado 4877 mortes e 9936 doentes até 19 de Outubro de 2014. Os países afetados, com transmissão disseminada, são de momento a Serra Leoa, a Guiné-Conacri e a Libéria. Em simultâneo decorre um surto não relacionado, na República Democrática do Congo (província Equateur).






A transmissão da doença por exposição primária acontece numa zona endémica do vírus Ébola e tudo indicia que os morcegos da fruta (Pteropodidae) serão o reservatório natural do vírus. Pensa-se que os primatas podem ser infetados através da ingestão de frutos contaminados pelo vírus Ébola (contaminação através da saliva de morcegos).

Depois de infetados, ocorre uma multiplicação rápida do vírus nos primatas não humanos que, se não for acompanhada por uma resposta capaz do sistema imunitário, poderá ser mortal. A partir de primatas e/ou de outras espécies de animais infetados, pode verificar-se transmissão ao ser humano.





O risco de transmissão do Ébola na Europa é extremamente baixo. A capacidade de detetar e confirmar casos de vírus Ébola na União Europeia (UE) é considerada suficiente para interromper possíveis transmissões locais da doença.

Um caso importado na Europa é possível, dado que o surto continua na África Ocidental. Não pode ser afastada a hipótese de um caso importado, antes de saber que tem Ébola, infetar um contacto próximo durante a fase inicial da doença.

À medida que o surto continua a espalhar-se, é provável que mais cidadãos da UE envolvidos na resposta ao surto tenham de ser evacuados medicamente para a UE.

O risco do Ébola se propagar à Europa, como resultado de uma evacuação médica planeada, é extremamente baixo, devido às precauções tomadas durante a evacuação e aos elevados níveis de controlo da infeção na Europa.

O risco de ficar infetado por contactos casuais nos países afetados é baixo se as precauções básicas forem estritamente seguidas, tal como evitar o contacto com doentes que apresentem sintomas ou com cadáveres e respetivos fluidos orgânicos.


Fonte: Página oficial do ECDC


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Células estaminais



As células estaminais (ou células-tronco) são células que se podem diferenciar em diversas linhagens celulares tendo a capacidade de se auto-renovar e de se dividir indefinidamente, e atraves de manipulações cientificas podem ser usadas em tratamentos de doenças. Estas podem ser células estaminais embrionárias ou células estaminais não embrionárias as suas diferenças são:
  • Células estaminais embrionárias- estas são células totipotendes dos embriões, ou seja, podem se diferenciar em todos tipos de células, podendo até originar um individuo, e segundo experiências ciêntificas labotoriais é possivel criar tecidos e orgãos especificos, porém este tipo de manipulação cientifico não é bem aceite éticamente.
  • Células estaminais não embrionárias- são células estaminais presentes em alguns orgãos dos indivíduos adultos, como a pele e a medula óssea, ou o cordão umbilical. O uso destas células estaminais é mais bem aceite a nivel ético no tratamento de doenças, este processo consiste em provocar a diferenciação das células estaminais nos tecidos que se pretendem.



Imagem retirada de : pt.slideshare.net

Curiosidade

Aplicação Clínica das Células Estaminais

Doenças tratáveis com células estaminais

Actualmente são já mais de 80 as doenças tratáveis com células estaminais do sangue do cordão umbilical. Nos seguintes casos, o tratamento com estas células é eficaz e está totalmente comprovado, padronizado e generalizado:
  • Leucemias agudas; 
  • Leucemias crónicas; 
  • Anomalias hereditárias dos eritrócitos e das plaquetas; 
  • Anemias 
  • Síndromes mielodisplásicos; 
  • Doenças mieloproliferativas; 
  • Linfomas; 
  • Doenças hereditárias do sistema imunitário; 
  • Doença Metabólicas Hereditárias; 
  • Doenças imunitárias do sistema imune. 

Porém ainda estão em ensaio clinico o uso das células estaminais no tratamento de muitas outras doenças.